quinta-feira, 15 de março de 2018

Cordovil:
De fazenda Real ao bairro do subúrbio
             Da ascensão a decadência



Esse Artigo é ama homenagem a minha mãe que faleceu há quase dois anos, e como ela foi nascida e criada no bairro, está feita minha homenagem( novamente) a D. Linda!



Imaginem a época de Portugal medieval, cheia de árabes em suas terras, dividindo o país em dois literalmente.  A nobreza portuguesa teria que fazer algo para isso acabar, afinal, as terras era deles. Inúmeras batalhas aconteceram, e mais conhecida dessas foi a Batalha de Ceuta onde os portugueses venceram os árabes e conseqüentemente obtiveram suas terras. Essa vitória proporcionou que fosse realizada uma das situações mais importantes no “pequeno mundo” conhecido, saindo do medievalismo entrando na época moderna com seus pensadores influenciados pelo Renascimento, e a busca de novas rotas de comércio: as expansões marítimas (ou como alguns livros didáticos colocam Grandes navegações*). Foi devido a essa expansão que podermos ter registros de grandes famílias portuguesas, uns anos depois chegando ao novo mundo chamado primeiramente de terra de Santa Cruz e Logo depois Brasil , e uma dessas famílias de grande influência na corte portuguesa  veio parar no Brasil ,  onde  se instalaram em terras da fazenda de Irajá e exerceram sua influencia também  aqui  e teve  sua importância considerada em terras “brasilis”. Nesse segundo artigo vou abordar um pouco da História de um dos bairros mais novos do subúrbio carioca que nasceu como um bairro promissor e devido a muitos fatores, hoje  em dia, não passa de um bairro de classe media baixa , cercado de comunidades, mas tem que tem sua beleza em particular.

Palavras Chave: Portugal, Século XIV, Família, Colônia, Fazenda real, Guerra do Paraguai, Ferrovias, Dias de Hoje.


INTRODUÇÃO



Certa vez escutei de uma popular o seguinte sobre Cordovil de antigamente:
- Aqui era um lugar magnífico de se viver, tinha praia, segurança, um rio que se dava para pescar, hoje acabaram com o bairro!
                                                                               Popular de Cordovil
É com essa frase que eu gostaria de começar essa minha analise com o intuito de tentar mostrar aonde foi parar aquele bairro saudoso e promissor e o que levou a esse processo de decadência e violência que vivemos no século XXI. Eu como morador a 20 anos vou mostrar através da historia como uma fazenda  da nobreza portuguesa que era considerada importante em  Portugal se tornou uma localidade de violência e abandono. Como um dos bairros mais novos do município onde existe o rio Irajá que deságua na Baía de Guanabara onde nos anos 30 a 60 a população local tomava banho, pescava e por incrível que pareça ia até Madureira (segundo relatos),se tornou um rio completamente morto.




Foto da Passagem do trem por cima do Rio Irajá onde hoje está a passagem de nível. Reparem como
era a geografia do nosso rio .

















Mas como todo nome de bairro, Cordovil tem uma origem, um significado. Para muitos Cordovil era um nome relacionado à linguagem indígena, mas através de estudos e leituras foi descoberto que na verdade é o nome de uma poderosa e influente família de Portuguesa e vamos a partir de agora aprender sobre sua existência.


As Origens em Portugal


Ante de iniciar a contar as origens dessa família cabe ressaltar que a palavra Cordovil significa também uma variedade de azeitona portuguesa que foi citada no livro de Antonio Teixeira em Itinerário (cap. 29 pag. 409) sendo que a azeitona também é conhecida como “cordovesa”. O primeiro registro do nome cordovil aparecendo em documentos históricos é datada do ano de 1379(século XIV) uma carta direcionada ao Rei D Fernando onde aparecia o nome de dois irmãos o Lourenço Anes Cordovil e Gomes Anes Cordovil. Os irmãos segundo registro viviam em Setúbal e participavam ativamente da sociedade local, onde o que tudo indica era cavaleiros da ordem Real, onde pode se constatar que se tratavam de nobres .

Mas as origens da família ainda estão em profundas pesquisas para sua comprovação, mas de certo, é a carta Brasão concedida pelo Rei português D. João III Affonso Cordovil, e que a mesma esta datada do dia 2 de setembro de 1553. D. Affonso era Cavalheiro da Casa Real e da Ordem de Cristo, filho de Antonio Cordovil , cavalheiro Fidalgo , neto de Francisco Cordovil e bisneto de Lourenço Cordovil que também foi fidalgo. 
Houve uma importante batalha em terras portuguesas que proporcionou ao pela primeira vez a organização da nobreza portuguesa, o grande Mestre de avís D. João I(1385-1433) após a vitória na batalha de Aljubarrota no dia 14 de agosto de 1385, organizou sua corte, o que proporcionou uma nova nobreza, onde aparece já a família Cordovil atuando na batalha.


Cordovis no Brasil, uma família influente

Não se sabe ao certo quando a chegada da família no Brasil, mas segundo documentos históricos Bartolomeu de Sequeira, que era natural de Alvito, em Èvora , nascido em 1640, casou se com Nathalia Fróes que era moradora da mesma vila.Dessa união nasceu o dono das terras do Ofício de Provedor da Fazenda Real(bairro de Cordovil atualmente) Francisco Cordovil da Sequeira que foi casado cm Dona Maria Pacheco Ayró.
Dessa união nasceu Bartolomeu Cordovil, em Lisboa no ano de 1677,casou se no Rio de Janeiro no dia 19 de fevereiro de 1707 na capela do Engenho pertencente á noiva em Irajá , noiva essa Dona Margarida Pimenta de Mello.
O casal teve um filho, Francisco Cordovil de Sequeira e Mello, que desde dezembro de 1734, a pedido do pai, assumiu a administração da fazenda Real e com a morte do pai em 3 de janeiro de 1738 a propriedade do Ofício de Provedor da fazenda Real , conforme carta régia de 14 de março de 1743. Dede dessa época, a fazenda real era a maior em extensão dentre os treze engenhos existentes na freguesia de Irajá.
Bartolomeu foi o primeiro Cordovil de destaque em terras brasileiras, onde no Rio de Janeiro foi secretário do Governo da capitania em 1705, antes exerceu os cargos de soldado, cabo de esquadra, Sargento Superior e Alferes da Companhia do Mestre de Campo Jorge Lopes Afonso, na Capitania de Pernambuco.
O Dr. Francisco Cordovil de Sequeira e Mello, filho de Bartolomeu foi um dos homens mais importantes do Brasil colônia, pois alem do provedor da Fazenda Real, ele era Vedor da Gente de Guerra da Capitania do Rio de Janeiro. Francisco além do cargo de Provedor da Fazenda Real, foi ainda Provedor da Santa Casa de Misericórdia do Rio de janeiro, no período de 1760/ 1761, substituindo Gomes freire de Andrade. Francisco ainda foi irmão ministro da venerável Ordem de São Francisco da Penitência no período de 1746 a 1749.
Durante toda a existência da família, muitos Cordovis contribuíram de alguma forma com o Império (também tiveram atuação destacada na República), sendo uma família de extrema importância , muitos deles cresceram, estudaram em Coimbra, tiveram cargos no governo e se tornaram influentes.



O Maior dos Cordovil: Herói Nacional, seu nome é Maurity

Filho de uma união Jacob Maria Maurity e Joaquina Eulália Cordovil Maurity, o futuro Almirante Joaquim Antônio Cordovil Maurity nasceu no dia 13 de Janeiro de 1844 e já desde cedo mostraria uma talento nato para liderança e se destacou devido a isso. Joaquim foi o aluno numero um de sua turma na Escola Naval, foi promovido a Guarda marinha em 1860 aos  anos e tenente por bravura em 1867 e ascendeu a Almirante em 1903 participou ativamente e bravamente na Guerra do Paraguay nos combates de Itapuru, Passo da Pátria curuzu, Curupaiti , Angustura e Humaitá a mais famosas delas e foi no Humaitá , que é considerada um marco na marinha brasileira, onde Cordovil se destacou ajudando  a esquadra brasileira  vitória e onde lhe rendeu homenagens inclusive do Visconde de Ouro Preto, que o citou em sua obra “A Marinha de Outrora”. Cordovil recebeu homenagens e sitaçoes de Visconde de Inhaúma, Eneas lintz em seu livro “Ultimos dias do Humaitá ”(Rio 1918) e Garcia Júnior, no seu trabalho “Divisas e Bordados”(Rio 1938).
Depois da brilhante passagem na guerra, continuou mostrando a tradição de influencia da família  perante o governo brasileiro. Em 1889 foi o escolhido para representar o Brasil em Washington, no Congresso Nacional dos Marítimos. O Almirante ainda chefiou a Comissão Brasileira na Exposição Colombiana em Chicago. Mesmo depois da queda do Império manteve sua importância e permaneceu ao lado dos republicanos o que lhe rendeu uma viagem a Europa para acompanhar a construção de um navio para a Armada brasileira, chegando a ser Chefe do Estado Maior da Armada Brasileira.
Uma vida intensa, cheia de honrarias, seu corpo desgastado com o tempo de luta veio a falecer em sua casa na Rua Haddock Lobo n 135 e sepultado no cemitério São Francisco Xavier. Foi casada com a Dona Lúcia Brett Maurity e tiveram seis filhos, vários jornais da época destacaram sua morte e renderam várias homenagens ao herói e patriota. Maurity tem seu nome citado quase todos os dias nos jornais da época, por seu um homem de destaque das forças armadas e muito influente, inclusive com encontros com Pedro II e com presidentes da República.
O jornal Annuário das Estações Esportivas cita que o Presidente Affonso Pena chegava ao local onde estavam diversas autoridades, incluindo em destaque, o velho Almirante. O jornal “A Ilustração Brasileira” dedica uma página inteira para homenagear seus feitos na guerra do Paraguai, descrevendo detalhe por detalhe o que o fez herói.  



Cigarro em homenagem ao herói .

Foto do Sempre militar !



















O Bairro Nasce!

Como se deu o processo de transformação da fazenda Real no bairro? Para começar o nome do bairro foi uma homenagem a família que por quase dois séculos tinha a fazenda nessas terras. A pedido do Imperador D. Pedro II foi construída a linha férrea que era para fazer a ligação entre o centro da cidade a Petrópolis para levar a família real até a cidade imperial, a parada em Cordovil, ou o que seria a futura estação foi inaugurada no dia 23 de outubro de 1886. Em 1902 a família  Cordovil vendeu as terras para Visconde de Moraes, que o loteou a partir de 1912 . Para alguns pesquisadores o bairro nasceria oficialmente com a inauguração da estação em 5 de outubro de 1910 e reconhecido por projeto de lei número 989/2002, da vereadora Rosa Fernandes que nada mais é que uma vereadora que aparece apenas em época de eleição , faz meia dúzia de obras para pedir fotos, não tem ligação nenhuma com o bairro.
As terras foram vendidas em 1902 pela necessidade de um uso regular do trem que poderia servir de transporte, já que nunca existiram os famosos bondes em Cordovil, com o propósito de levar a família real para Petrópolis, na republica poderia ser um meio de transporte, pelo lucro da empresa que assumiu a organização dos trens( E. F. Leopoldina 1886-1975),
  houve a necessidade do loteamento do bairro.

Curiosidades: Há anos todos os moradores de Cordovil andam pela estrada do porto velho sem saber por que do nome ou suas origens. A estrada do Porto velho nada mais era no período Colonial uma estrada que lavava ao porto que tinha no final do caminho (atualmente mercado São Sebastião). A função desse porto era embarcar carne bovina e exportá-la para a cidade. Os Monges Beneditinos atravessava quase o Rio de Janeiro inteiro trazendo dezenas de bois para esse porto, ele saiam da onde conhecemos atualmente a Barra da Tijuca( era uma fazenda que pertencia ao Beneditino) através da estrada que já no século XX seria conhecida como Estrada dos Bandeirantes. Os monges matavam os bois na beira do Rio e deixavam escoar o sangue elo rio. Também a estrada, com a criação da freguesia de Irajá, passou a ser a principal via de acesso para o Porto de Irajá, a estrada vazia ligação direta com a estrada do Quitungo, que era a estrada usada para quem vinha da região da igreja do Irajá.
O bairro a apresentava nas  décadas de 20 a 60, um crescimento populacional considerável, mais consegui preservar seu ar de bairro do interior, belas casas, os moradores com um bom convívio, o Rio Irajá era bastante usado para banhos em família, pesca de peixes e alguns antigos moradores  dizem que se chegava em Madureira pelo rio, os moradores colocavam pequenas embarcações e conseguiam ir remando até Madureira, pois esse rio tem sua nascente na serra de Madureira. Mas esse quadro de tranqüilidade veio a mudar a partir do início dos anos 70 e vamos ver isso agora.



A luta de um povo nasce a Cidade Alta

Antes de fazer o registro na criação da cidade Alta, tenho que voltar um pouco no tempo e mostrar a todos da onde vieram todas as pessoas e por que foram parar ali. As pessoas com mais de 60 anos já ouviram falar da Praia do Pinto, em Ipanema onde ficava a comunidade do Pinto. Essa favela foi criada por volta de 1910 por pescadores e operários que trabalharam na construção do Jóquei Clube do Brasil, que receberam permissão do governo ( prestem bem atenção nisso) para residir no local e seu primeiro morador chegou no ano de 1913.Anos depois, uma reportagem do Jornal do Brasil   feita a um dos  moradores mais antigos, constatou que a comunidade que estava em formada na época da desocupação foi a união de três outras pequenas comunidades , Praia do Meio, Praia-Mar e Favela da Lagoa, essa se impondo em numero de moradores sobre as outras, e por ser oriunda da Lagoa Rodrigo de Freitas, era comum dizer que a lagoa era a “praia” onde os pintos tomavam banho para se refrescar que também fico conhecida como Praia dos Pintos(“Praia do Pinto acaba e deixa Ipanema que ajudou a construir” Jornal do Brasil, 11/05/1969).

Os anos estavam se passando, o crescimento da Favela do Pinto estava  cada vez mais perceptível , e foi facilitado pela linha de bondes que na época, chegou ao subúrbio do Leblon (que também estava crescendo) onde estava a comunidade. Esses moradores ajudaram muito no crescimento tanto do Leblon tanto de Ipanema, ajudaram com usa mão-de-obra na construção de prédios e da infra-estrutura urbana como o sistema de esgoto.

Por volta dos anos 60, se iniciou um grande programa de remoção do Rio,a maior já realizada , o órgão responsável por essas remoções foi o CHISAM- Coordenação de Habitação de Interesse Social da Área Metropolitana- autarquia do governo federal em conjunto com o Governo da Guanabara removeu 175 mil moradores de 62 favelas, transferindo essas pessoas para 35.517 unidades habitacionais , chamados de conjuntos, localizadas na Zona norte e Oeste como Cidade Alta, Quitungo, Guaporé e Cidade de Deus. A Justificativa do governo para a remoção era para socializar a família favelada , transformar de família invasora para família dona de sua terra, de sua casa .

 “…invasora de propriedades alheias _ com todas as características de
marginalização e insegurança que a cercam_ em titular de casa própria. Como conseqüência,
chegar-se-ia à total integração dessas famílias na comunidade, principalmente no que se
refere à forma de habitar, pensar e viver.”(CHISAM, 1971: 16).

Mas, vamos voltar um pouco o texto , lembra que eu escrevi que o governo autorizou a instalação deles no local? Então onde essas pessoas estavam não era terras invadidas, eram terras doadas pelo próprio governo e que essas pessoas pagaram por esse pedaço de chão com seu suor e trabalho.
Segundo o Governo da época, esses conjuntos habitacionais construiria um novo tipo de cidadão, um cidadão não favelizado e integrado com a sociedade, pagador de impostos, incorporado ao sistema , respeitador das leis e com bons hábitos( como se moradores de favelas não tivessem)  e tinham de denegrir a imagem da favela, transformar a comunidade em um lugar ruim de viver.

O ambiente é sem dúvida desfavorável. (…) É difícil, senão extremamente
impossível, recuperar homens, mulheres e crianças em ambiente como o das favelas. Pelo que
optamos pelo árduo, mas frutífero, trabalho de erradicação.” (CHISAM, 1971: 31).

Então no dia 23 de março de 1969 se iniciou o processo de remoção das famílias para os conjuntos habitacionais, na manhã desse dia as famílias deveriam já estar prontas com suas coisas e pertences arrumados, que os funcionários da CHISAM e os assistentes da Secretaria de Serviços Sociais ajudariam no processo de remoção, mas claro que também estavam as tropas da polícia Civil e Militar para combater qualquer tipo de protestos, re- ocupação e roubos, além de imprensa e curiosos. Já nesse dia desde cedo, a mando da CHISAM , nenhuma casa da favela tinha luz ou água. 

O Departamento de Limpeza Urbana (DLU) ficou responsável em derrubar as casas e limpar o terreno e deixa limpo para novo uso. Depois de 5 dias , a Cidade Alta estava recebendo seus primeiros moradores e teve data de inauguração dia 28 de março de 1969.

Bem, o governo colocou todo aquele povo na cidade alta, arrumados nos prédios com água e luz, mais como sempre, não se preocupou com uma parcela da população que chegava do nordeste e/ou simplesmente perderá sua habitação devido a esses programas do governo. Se iniciou uma imigração para a Cidade Alta e a construção de barracos, não houve qualquer controle por parte do governo, o que ocasionou ligação clandestina de luz e o que contribuiu para matar o Rio Irajá, a ligação clandestina de água e o despejo de resíduos humanos no rio , ao passar  dos anos o Rio que era limpo , foi morrendo, claro não foi só culpa da cidade alta, mais também de todas as comunidades que o cercam desde Madureira.


Lembrança de um Cordovil Charmoso!

Entrevista com a Senhora Lindamarival Certo Toste, nascida dia 16/11/1948, Criada desde pequena em Cordovil, foi constatado um Cordovil antigo, charmosos com parques de diversão, carnavais marcantes, fábricas, etc... Um Bairro em crescimentos que tinha tudo para ser um bairro do subúrbio, mas como exemplos de Vista Alegre e Vila da Penha, um bairro bom, aliás, melhor de se morar! Esses relatos são totalmente verdadeiros e vocês iram conhecer o que era Cordovil numa época que não vota mais.

A linha de trem na  década de 60 já era toda murada para evitar acidentes, a estação não é no mesmo local de hoje, a pequena plataforma era um pouco mais para o lado de Lucas onde existia uma cancela para passagem de pedestres e Carros. Essa cancela não existe mais, sua localização é onde atualmente em frente a loja de máquina de costura. Já tivemos algumas fábricas de grande porte como a Fábrica de ônibus da Cifferal , Tintas Cordovil e Bioquímica, todas localizadas na Rua Antonio João. Atualmente existe um posto de gasolina, mas a muito tempo atrás ,no lugar desse posto tinha um parque de diversões onde o povo brincava todos os dias;

O morro aonde os prédios do governo foram construídos para abrigar a população da comunidade de Ipanema era apenas barro e mato e toda vez que chovia se formava um lago natural onde os moradores se deliciavam tomando banho e fazendo de piscina e há relatos que havia caminhões subiam ate lá para pegar água, possivelmente existia uma cachoeira ou um córrego que descia La de cima do morro;

Ainda nesse tempo existia a praia da moreninha, aonde a comunidade se reunia para pegar sol e se divertir;

No início da Porto Velho hoje em dia vemos a escola Roraima, o Clube Cordovilhense e uma pequena comunidade, mas em 1960 existia no local um campo de futebol que pertencia a o Clube Vasquinho, um time criado pelos moradores, possivelmente em homenagem ao time do Vasco;
O Rio Irajá não tinha esse tamanho todo em sua margem, ele era bem mais estreito , o que proporcionava toda vez que chovia , transbordava de tal maneira que inundava quase todo o bairro;
Aonde vemos hoje uma loja de construção e fábrica de materiais, era antigamente um consultório médico;

Não existia ônibus na porto velho, as pessoas deveriam atravessar a linha do trem pra poder se locomover para outras regiões, apenas depois do aparecimento da cidade alta que introduziram uma linha de ônibus que fazia o trajeto Cordovil x Tiradentes (Atualmente 335);
A Rua ferreira franca mudou de nome para Rua Laércio Mauricio da Fonseca, pois ele era um fiscal das feiras  e policial que residia rua , como era um cara muito conhecido, em sua homenagem depois de morto,  batizaram a rua .Ali passava uma linha de ônibus Penha x Lucas;
Cordovil já teve famosos ilustres morando aqui como Wagner Paula Pinto (Radialista) e Wanderlèia(Cantora) .

O Carnaval em Cordovil tem sua tradição, quem Organizava era o senhor. Oswaldo Bonavita , ele fechava a Porto Velho , arrumava tudo, colocava coretos feitos por ele,enfeitava  rua ,contratava bandas e artistas, fazia concursos. Morava na Paulo Bregário atrás da farmácia do seu Lima, ao lado da casa da Wanderlèia;

A rua que leva ate Brás de pina, o lado da Igreja Santa Cecília era deserto e perigoso, mas era comum os casais, irem para namorar e a rua ficou conhecido como rua do pecado.


Figura 4Aqui existia uma escola


Conclusão

Uma terra mal habitada por habitantes pré- colônias, de lugar de praias e um porto a fazenda de uma família poderosa, de venda das terras a um bairro suburbano abandonado pelos poderes governamentais. Cordovil teve seu momento próspero, teve seu momento bairro bom e nobre,mas a violência, o descaso das autoridades e a falta de cuidado de sua própria população , nos dias de hoje não passa apenas de um bairro de baixa renda, de grande maioria de pessoas pobres, mais muito boas de coração e capazes de levantar cedo para pegar o trem e o ônibus para ir trabalhar. Parabéns Cordovil , tú es um bairro querido e amado e quem mora tem orgulho de dizer, morro em Cordovil.



 Time de futebol do bairro
Fábrica que focava na rua Antonio João






















Bibliografia

Pires Cordovil,W.F.Cordovil : Suas origens , a família. O bairro. 1.ed. Rio de Janeiro:True produção e Designs,2000.

Artigo “MEMÓRIAS DA REMOÇÃO: O INCÊNDIO DA PRAIA DO PINTO E A 'CULPA'”
DO GOVERNO
Mario Sergio Brum*

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